Envelhecimento: funções inevitáveis do organismo
As hipóteses para as causas do envelhecimento podem ser divididas em 2: hipótese genética e hipótese do desgaste e sofrimento.
A hipótese genética propõem que a morte da célula é desencadeada quando o gene de interromper as funções da célula é ativado (morte celular programada). Essa hipótese é sustentada pelo fato de que, culturas de células em laboratório dividem somente um certo número antes de morrerem. Se as células param de dividir e continuam morrer, o número total de células tende a diminuir, o que resultaria em morte. O estimo de vida é muito importante, pois as pessoas não morrem na mesma idade, assim sendo, é possível diminuir ou acelerar a função de morte celular programada. O que pode explicar por exemplo, nos EUA a expectativa de vida seja de aproximadamente 73 anos para o homem e 80 anos para a mulher; e no Zaire 46 anos para o homem e 49 anos para a mulher.
A hipótese de desgaste e sofrimento sugere que o envelhecimento é resultado do acúmulo de danos celulares, que podem resultar de erros na síntese de DNA ou influências do meio ambiente ( radiação e agentes químicos poluentes ). Uma das maiores fontes de danos celulares são os radicais livres, que são substâncias químicas reativas formadas através de processos metabólicos normais e exposição a fatores ambientais.
2.1. Alterações Anatomofisiológicas ocorridas com o envelhecimento
Com o envelhecimento, o organismo começa a perder determinadas funções e capacidades, o que é plausível. No entanto, pode não tornar evidente por um longo período de tempo porque cada órgão ou sistema orgânico possui uma capacidade de reserva ( o que possibilita ao órgão manter uma função ótima mesmo com um número ou função celular diminuídas ). Em indivíduos adultos jovens a capacidade de reserva chega a ser 4 a 10 vezes aquele necessária para a manutenção da vida, já em indivíduos idosos essa capacidade diminui e os efeitos do envelhecimento começam a ser evidentes, como:
1. diminuição da função cardíaca e respiratória;
2. diminuição das funções renais; aumento dos ricos a desidratação e mudanças na composição corporal (diminuição da massa muscular magra e aumento da massa gordura, diminuição na densidade óssea aumentando o risco de fraturas );
3. mudanças nos níveis hormonais dificultando a manutenção da temperatura corporal e níveis de açucar no sangue;
4. diminuição do sistema imunológico aumentando a incidência ao câncer e outras doenças e outras.
5. redução da eficiência com que o oxigênio é liberado para os tecidos;
2.2. Qual o papel da nutrição no envelhecimento
É conhecido que uma nutrição pobre podem encurtar a vida, mas a pergunta seria: se a alimentação ingerida no dia-a-dia pode afetar a longevidade. Em algumas regiões do planeta, há um grande número de habitantes com idade elevadas ( acima da média em outros locais ), como por exemplo partes da Rússia, Paquistão e Equador. Em todas essas regiões as pessoas não estão acima do peso, hipertensão é quase inexistente, os níveis de colesterol são muito baixos, como são a frequência cardíaca e os níveis de fraturas por osteoporose. O estudo dietético nestas regiões encontrou alimentos incomuns, mas estilo de vida semelhantes: todas as pessoas trabalhavam no campo, consumiam uma grande quantidade de vegetais e tinham um forte suporte psicológico para suportar o envelhecimento.
Um dado interessante é que, animais que se alimentam com apenas 2/3 de sua dieta normal, eles encontram todos os nutrientes necessários e o processo de envelhecimento é retardado e o tempo de vida foi de aproximadamente 70% maior. A restrição alimentar atrasa ou diminui as mudanças fisiológicas associadas com a idade, tal como alteração nos níveis hormonais e funções autoimunes, reduzindo assim a incidência de doenças como: câncer, ríns, coração e desordens autoimunes. Esse efeito é desconhecido em humanos, mas pessoas com peso menor que 11 a 20% em relação a média têm menos fatores de riscos a doença.
2.3. Exercício e dieta saudável em relação ao envelhecimento
As maiores causas de morte atualmente são as doenças cardiovasculares, hipertensão e câncer. Essas doenças desenvolvem lentamente e os seus sintomas aparecem após muitos anos de leves mudanças. O exercício e a dieta saudável necessariamente não previne essas doenças, mas elas podem diminuir essas mudanças que acumulam com o tempo. Assim sendo em relação a obesidade pode prevenir pela apropriada ingestão e gasto calórico.
# em relação aos fatores de riscos para doenças cardiovasculares podem ser diminuídas pelo exercício e por uma dieta baixa em gorduras saturadas.
# a hipertensão pode ser reduzida através do exercício e de uma dieta pobre em sódio e adequada de potássio, cálcio e outros minerais.
# o câncer poderá ser reduzido por uma dieta rica em fibras, vegetais e alimentos antioxidantes.
# a osteoporose pode ser diminuída por uma dieta adequada de cálcio e exercícios por toda a vida.
# o exercício também pode atrasar o início das doenças crônicas e prevenir algumas mudanças que estão associadas com o envelhecimento: prevenir a diminuição do VO2, função cardíaca, massa magra, tamanho e força musculares, taxa de captação de glicose pela célula e conteúdo mineral ósseo.
2.4. Fatores que afetam a ingestão, absorção e utilização alimentar em idosos.
A. Fatores que afetam a absorção e utilização dos nutrientes
Com a idade observa-se redução na secreção de ácido estomacais, que diminuem a absorção de ferro, cálcio, vitamina B12 e outros nutrientes da dieta. A secreção de sucos digestivos do pâncreas e intestino delgado também diminuem, reduzindo a habilidade para a digestão e absorção dos nutrientes. Diminuição da função do cólon, da elasticidade e motilidade intestinal, diminuição do tônus nos músculos abdominais e pélvicos e da percepção sensorial causam constipação que é 4 ou 8 vezes maior nos idosos em relação aos indivíduos jovens.
A gordura pode infiltrar no fígado com o envelhecimento reduzindo sua função. O pâncreas pode menos responsívo aos níveis de glicose no sangue e as células corporais podem tornar-se mais resistentes à insulina ( resultando em diabetes ).
Mudanças no coração e nos vasos corporais diminuem o fluxo sangüíneo para os ríns, dificultando a remoção da urina.
B. Fatores que afetam a ingestão alimentar
As mudanças sensoriais são as reduções na sensação olfativa e gustativa com a idade, acarretando a diminuição na busca e prazer na alimentação. A visão também diminui, acarretando dificuldades na escolha e na própria alimentação. Nesses casos, recomenda-se uma dieta rica em frutas e vegetais que contenham nutrientes antioxidantes capazes de prevenir ou amenizar estas desordens.
As limitações físicas podem interferir na habilidade em consumir, adquirir e preparar alimentos. O mais comum problema que afeta o consumo de alimentos é a incapacidade de mastigação ( doença denominada de periodontal: degeneração dos ossos de sustentação dos dentes ), diminuição na secreção da salivação ( causando boca seca e dificuldade em mastigar ) e medicamentos que tratam hipertensão, antidepressívos e descongestionantes diminuem a salivação e como conseqüência a própria mastigação por interferir no sabor e assim diminui o interesse no alimento.
A habilidade em adquirir e preparar alimentos pode também ser limitada pela diminuição da mobilidade física, que pode ser diminuída pela redução da eficiência cardiorespiratória (que pode ser diminuída pelo sedentarismo, sendo possível ser modificada por um programa de condicionamento físico). A osteoporose pode levar a fraturas que levam a diminuição na mobilidade, atividade física e interação social e portanto afetar a ingestão alimentar. Outra doença que contribuem para a diminuição da mobilidade é a artrite.
A diminuição da função mental pode também afetar o acesso ao alimento e a habilidade em prepara-lo. A doença é denominada de Dementia, que é a diminuição de memória, raciocínio e julgamento. Em 1987, National Institutes of Health Consensus Conference on Diagnosis of Dementing Diseases conclui que a deficiência as vitaminas B12 e C como uma das mais comuns causas da doença. Em estudos com suplementação de vitamina B12 na dieta em pacientes com dementia, essa doença diminuiu 61%. As outras causas é a doença de mal de Alzeimer ( progressiva e incurável perda da função mental ), derrames ( que pode ser reduzida por uma dieta pobre em gordura e moderada em sódio ) e em menor intensidade o álcool.
Os fatores ambientais e socioeconômicos também podem afetar a ingestão alimentar. Aproxi- madamente 30% dos idosos americanos moram sozinhos, o isolamento social pode causar isolamento e depressão que consequentemente reduzem o apetite e a quantidade e qualidade alimentar. A renda e falta de meio de transporte podem limitar o acesso do idoso ao alimento.
Os idosos tomam muitos medicamentos ( drogas ) pois são acometidos de doenças agudas e crônicas, representando cerca de 25% dos usuários ( sendo apenas 11% da população adulta americana ). Alguns medicamentos podem afetar o apetite, absorção, metabolismo e excreção de nutrientes. A aspirina possui a capacidade de irritar o sistema gastrointestinal possibilitando perdas de ferro e a digoxina promove perda do apetite e naúseas. Algumas drogas diminuem a absorção aos nutrientes: questran (utilizando para diminuir o colesterol ) também diminui a absorção de vitaminas A, D, E, K, B12 e Fe. Antiácidos ( contendo magnésio) diminui a absorção de fósforo e a longo tempo a osteoporose. Laxante depleta cálcio, potássio e gorduras. Os diuréticos ( usados para tratamento de hipertensão e edema ) causam perda de líquidos e excreção de potássio.
2.5. Recomendações nutricionais para o idoso
A. Necessidades protéicas e energética
A necessidade energética diminui com a idade, tanto a obesidade como abaixo do peso são problemas no envelhecimento. No entanto, deve-se comentar um aspecto muito interessante, os níveis de obesidade são maiores em idosos que moram sozinhos. Em asilos predomina idosos com pesos abaixos da média ( isto se deve, talvez, a alimentação diminuta ). A massa magra diminui com a idade como também a atividade física, exigindo uma diminuição na energia requerida. A atividade física pode contribuir em amenizar a perda de massa muscular magra.
B. Necessidades de Fluídos
As recomendações de ingestão de fluídos é a mesma para idosos e jovens. No entanto, nos idosos há diminuição na sensação de sede, que pode diminuir a ingestão de fluídos, diminuindo a perda de água. As perdas também podem ser aumentadas devido a diabetes ou doenças causadas pelo vômito ou diarréia. Todos esses fatores aumentam a chance de desidratação em indivíduos idosos.
C. Necessidades Vitamínicas e Minerais
Os idosos podem apresentar deficiências em vitaminas e minerais, isto se deve a deficiências na ingestão, perdas excessivas, aumento nas necessidades ou a combinação de vários fatores. Um exemplo disto é em relação a vitamina D: o idoso que tem níveis sangüíneos abaixos dos normais, isto pode ser devido a baixa ingestão, limitada exposição ao sol, diminuição da capacidade de síntese na pele e diminuta capacidade para formar a vitamina ativa nos ríns. A baixa concentração de vitamina D diminui a absorção de cálcio e consequentemente osteoporose. Dietas acima de 800mg de cálcio não tem sido satisfatória em reverter esse quadro.
Fonte: arquivos de estudos passados em curso.
Imagens: google
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